quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Vão chegar aí os profectas da desgraça.



Boas notícias para a economia portuguesa

A economia portuguesa está a mostrar sinais de recuperação e Portugal escapa, por agora, ao ciclo de recessão sentido um pouco por todo o mundo. No segundo trimestre a economia cresceu 0,4 por cento, face ao trimestre anterior, enquanto a taxa de desemprego baixou 0,6 por cento.
Boas notícias para a economia portuguesa que está a dar sinais, embora tímidos, de recuperação. Os dados que chegam hoje do Instituto Nacional de Estatísticas dão conta de um crescimento de 0,4 por cento, face ao trimestre anterior, e confirmam as previsões avançadas pelos especialistas.

A estimativa rápida do INE, que não apresenta valores para as várias componentes do PIB, mas apenas para o seu crescimento, mostra que essa subida de 0,4 por cento se segue a uma queda de 0,1 por cento no primeiro trimestre do ano, valor esse que hoje mesmo foi revisto em alta dos anteriores menos 0,2 por cento.

Em termos homólogos, ou seja, comparando com igual trimestre do ano anterior, a economia portuguesa cresceu 0,9 por cento, mantendo o mesmo ritmo do primeiro trimestre.

Como não se completaram dois trimestres consecutivos de quedas face ao trimestre anterior, a economia portuguesa escapou à "recessão técnica", embora tenha apresentado uma quase estagnação.

O ano começou mal para o país, mas por altura da Páscoa a economia deu sinais positivos já que, excepcionalmente, a época foi celebrada este ano em Março e assim o calendário deu mais ritmo ao trabalho.

De Abril a Junho houve mais dias úteis e logo a produtividade aumentou com as empresas a aproveitarem a oportunidade. Compraram mais máquinas, mais cimento e a venda de camiões e autocarros registou uma agradável subida.

Quanto ao consumo é que os números não são tão animadores graças ao endividamento e ao desemprego, mas o aumento em seis por cento nas exportações ajudou a amortecer a timidez do consumo.

Há casos no velho continente de asfixia e depois da Dinamarca, ontem foi a vez da Estónia entrar em recessão técnica e o mesmo alarme chega agora do Reino Unido.

O Produto Interno Bruto da Alemanha também não dá grandes alegrias aos germânicos e esta manhã foi divulgada uma quebra de 0,5 por cento no PIB entre Abril e Junho deste ano.

Inflação média manteve-se nos 2,7 por cento

Os preços em Portugal caíram em Julho, a beneficiar das promoções e saldos de Verão, com a taxa de inflação média a manter-se nos 2,7 por cento.

Entre Junho e Julho, os preços baixaram 0,6 por cento, depois de terem subido 0,5 por cento em Junho, e a justificar esta queda mensal dos preços esteve a classe do vestuário e calçado, com as tradicionais promoções e saldos, bem como o peixe.

A taxa de inflação média, que serve de referência para os aumentos salariais, manteve-se em Julho nos 2,7 por cento, enquanto a taxa homóloga (que compara Julho de 2008 com Julho de 2007) baixou 0,3 pontos percentuais para 3,1 por cento.

Desemprego cai para 7,3 por cento

A taxa de desemprego em Portugal baixou 0,6 pontos percentuais no segundo trimestre, em relação a igual período de 2007.

A taxa de desemprego situa-se agora nos 7,3 por cento e de acordo com o Instituto Nacional de Estatística a população desempregada caiu 6,9 por cento para 409,9 mil indivíduos.

Entretanto, o número de empregados aumentou 1,4 por cento quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado e 0,7 por cento relativamente ao trimestre anterior.

Crescimento assenta nas exportações

O comentador de Economia da Antena 1, Nicolau Santos, já avaliou o estado da economia portuguesa e considera que embora existam sinais de evolução, a progressão tem sido lenta.

“Estamos num quadro de grande instabilidade económica a nível internacional. Não é seguramente um número de devemos lamentar aquele que agora foi anunciado para a economia portuguesa, antes pelo contrário é importante realçar que não estamos em recessão. A economia está a crescer embora lentamente e abaixo daquilo que se esperava quando as previsões para o ano de 2008 foram feitas em Setembro/Outubro. As pessoas lembrar-se-ão que o Governo apontava para um crescimento de 2,2 por cento e reviu esse crescimento para 1,5 por cento. Obviamente que estes dados para o terceiro trimestre são positivos, mas suponho que não se pode embandeirar em arco.”

Na sua análise Nicolau Santos lembrou ainda que o importante é realçar que os números estão directamente relacionados com as exportações portuguesas.

“Há um dado positivo que é bom realçar. É que o crescimento continua a assentar sobretudo nas exportações portuguesas e se as exportações portuguesas, apesar de tudo, estão a ganhar algum crescimento e a manter alguma dinâmica, deve-se sobretudo, não aos mercados europeus, mas aos mercados emergentes, em particular a Angola onde as nossas exportações têm crescido bastante e esse é um sinal positivo”.
RTP

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