sexta-feira, 18 de julho de 2008

A Laranja Vai Azedar.




Em dia de Conselho Nacional, Luís Filipe Menezes partiu das últimas sondagens divulgadas para fazer um balanço de Manuela Ferreira Leite à frente do PSD. Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, o presidente da Câmara de Gaia critica a nova líder social-democrata e lamenta a campanha que lançaram contra o próprio.
«Nem quero imaginar o que se escreveria sobre o anterior líder social-democrata se ele, em escassas seis semanas, não tivesse divulgado uma proposta, estivesse em hibernação enquanto os camiões bloqueavam o país e culminasse tal período de ausência com a pomposa declaração de que o casamento era um magistério virado em exclusivo para a procriação!», apontou.
Sempre sem citar nomes - nem o seu -, Menezes prosseguiu o «ataque» à presidente do PSD: «O anterior líder do PSD afrontava o pico de uma campanha negra, interna e externa, nunca antes vista em mais de trinta anos da nossa democracia. Ao invés, nestes 45 dias ninguém criticou as omissões, os silêncios, o discurso generalista, ou o conservadorismo radical da actual direcção do partido. Ainda bem, todos merecem o seu estado de graça. E isto de ser líder tem que se lhe diga», ironizou.
«Canalha que me fez a vida negra»
Menezes em silêncio até 2009
Passando em revista as críticas de que foi alvo enquanto líder do PSD, sem estado de graça, Menezes garante que «dos actuais vice-presidentes e apoiantes de topo da actual maioria, foram vários os que deram a cara em 50 (!) entrevistas televisivas nos primeiros 60 dias» do mandato. Todas a criticar e a pedir a substituição da direcção mais representativa da história do PSD. «Nem que fosse à bomba!».
Nova presidente é «levada ao colo»
Mas as críticas a Manuela Ferreira Leite não ficaram por aqui: «Muito do que quis provocar com a minha demissão está atingido. Não houve uma eleição eufórica e já está provado que não é a mudança de chefe, por mais que um substituto seja levado ao colo pelos interesses instalados e pela intelligentsia que parasita o statu quo, que resolve as entorses estruturais do PSD».
Depois de uma análise à sua própria governação, o autarca de Gaia condena as substituições de de Ângelo Correia por António Capucho na liderança do Conselho Nacional e de Amorim Pereira por Morais Sarmento.
Substituição de Santana Lopes piorou prestação parlamentar
«Finalmente é óbvio que a substituição de Santana Lopes por Paulo Rangel diminuiu substancialmente a capacidade de afirmação parlamentar. Não tenho dúvidas que éramos mais representativos, intelectualmente mais sólidos, culturalmente mais bem preparados, politicamente mais experientes, ideologicamente mais esclarecidos, mais carismáticos e melhores comunicadores», continuou.
Garantindo que «saímos porque quisemos, quando quisemos», Luís Filipe Menezes promete ajudar «sem ingenuidades» para as vitórias nas batalhas que se seguem. «Para que o PSD possa regressar aos tempos altos da militância como com Sá Carneiro e Cavaco Silva, e daí chegar ao poder com solidez e capacidade reformista, é preciso que o partido se modernize e se repende ideologicamente. Isso só será possível se o caminho que a minha direcção estava a trilhar possa ser retomado».

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