quinta-feira, 2 de julho de 2009

Reflexões de Rui Paulo Figueiredo no bog "Câmara dos Comuns"

Quarta-feira, 01.07.09

António Costa, Santana e Lisboa



Pedro Santana Lopes apresentou hoje, na rua, a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa. Já o tinha feito na net. E tem feito diariamente campanha. Mas fica sempre bem uma segunda apresentação.

Nas redes sociais exulta-se com os cerca de três mil "lisboetas" que foram à apresentação. E afirma-se a surpresa. É curioso, no entanto, que é exactamente o número que a direcção de campanha tinha traçado como meta de mobilização para a Distrital do PSD. Só significa que a "máquina" está a funcionar bem.

Mas o menino guerreiro está de volta. E volta com mais túneis, guerra ao Governo da República (qualquer que ele seja), aposta no social, promessas para mandato de 8 anos, muitas obras e aposta no ambiente e na reabilitação urbana.

Percebe-se a estratégia!
Quer rentabilizar o túnel do marquês e atacar Sá Fernandes.
Quer acusar António Costa de ser o Ministro da CML. E de não defender Lisboa.
Quer acusar António Costa de não andar no terreno, de não ligar às pessoas, visar a Gebalis. Atacar as ligações ao movimento de Helena Roseta.
Quer que se esqueçam de como saltou de lugar para lugar dizendo que aprendeu e acusar António Costa de ambicionar outras funções.
Quer acusar António Costa de não ter obra e de não a ter projectado.
Quer falar do que não fez, parecendo que desta é que é.
Quer justificar o passivo com Sampaio e João Soares.

Mas qualquer observador independente percebe que António Costa tem feito um excelente mandato face ao que encontrou na CML.
Alguém tem dúvidas que António Costa colocou ordem na casa, arrumou-a, acabou com a escandaleira do dia a dia, devolveu credibilidade à CML?
Alguém tem dúvidas dos pagamentos que têm sido feitos, do passivo que tem sido diminuido?
Alguém tem dúvidas que se estão a definir regras, em múltiplas áreas, que podem acabar com defeitos de décadas na gestão de inúmeros dossiers?
Alguém tem dúvidas que se está a preparar o futuro de um modo estrutural?
Alguém tem dúvidas das inúmeras pequenas obras que têm sido realizadas, da repavimentação que tem sido feita, dos espaços verdes que deixaram de estar ao abandono, dos equipamentos que reabriram?

Acima de tudo ... não se lembram do estado em que Santana Lopes e o PSD deixaram Lisboa? Nem é preciso relembrar com detalhe!

Claro que, na minha opinião, há coisas que António Costa e o PS devem fazer no quadro de uma eleição disputada face à dispersão da esquerda e a unidade da direita - a propósito, também não se percebe uma esquerda que prefere arriscar a vitória de Santana Lopes em detrimento de apoiar um candidato com as qualidades de António Costa.

Mas António Costa e o PS devem realçar a obra que tem sido feita, as dívidas que pagaram, as regras de moralização que definiram, o futuro que prepararam e a credibilidade que restauraram.

Do mesmo modo, António Costa e o PS devem melhorar a comunicação dos eventos que são feitos entre 4 paredes e, acima de tudo, devem ir para o terreno dialogar com as pessoas, visitar os bairros, andar a pé nessas zonas, aferir do que precisa de ser melhorado, explicar porque não se fez mais, explicar o que sonham para o próximo mandato e ouvir os anseios do eleitorado.

Similarmente, a sociedade deve ser envolvida nesta campanha. A todos os níveis. Face à aliança de direita e à cegueira dos partidos de esquerda António Costa tem de procurar uma aliança com o eleitorado. Não com pseudo representantes do eleitorado mas verdadeiramente com o eleitorado do centro esquerda que vive em Lisboa. Deve ter um relacionamento directo, afectivo e de proximidade com os habitantes de Lisboa.

Para o efeito, deve também mobilizar eficazmente toda a rede de autarcas do PS na cidade e motivá-los para um combate político voto a voto.

Devem também, António Costa e o PS, criar um clima de unidade, cumplicidade e de respeito pelas estruturas locais do PS. Envolvendo-as, respeitando as suas indicações para a lista AML e Freguesias, não discriminando ninguém por alinhamentos políticos internos. Contando com todos. Motivando todos.

A abertura a cidadãos não filiados fará parte dessa aliança do PS com a sociedade. Necessária para ganhar. Necessária à boa governação da cidade.

Claro que a vitória não será fácil! Mas está ao alcance de António Costa.

E, a bem de Lisboa, deverá ser de António Costa.

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